Transporte coletivo

Rodoviários de Pelotas já falam em indicativo de greve

Hipótese deve ser avaliada em assembleia geral da categoria nesta quinta

Carlos Queiroz -

A semana começou com protesto dos rodoviários, em Pelotas. Parte dos ônibus deixou de circular das 15h às 17h e provocou longas filas nas paradas. A categoria cobra melhores condições de trabalho e investimentos no Terminal, no Largo de Portugal. Uma assembleia geral está marcada para quinta-feira, a partir das 20h30min. É possível que um indicativo de greve entre em pauta.

O ponto de encontro ao manifesto foi o próprio Terminal. Duas faixas e um carro de som anunciavam à comunidade os motivos da paralisação. "Algumas linhas foram unificadas, os horários ficaram apertados e o trabalhador chega a ficar até quatro voltas sem poder ir ao banheiro", reclama o presidente em exercício do Sindicato dos Rodoviários, Claudiomiro do Amaral. Precariedade na iluminação do local e no banheiro, com vazamento, também despontam entre as reclamações.

O período de negociações salariais está entre os panos de fundo. A assembleia geral na quinta-feira, por exemplo, ocorrerá no mesmo dia em que os rodoviários irão receber a primeira dezena com os 4% de reajuste, referentes à inflação. Os outros 4% que a categoria reivindica, para conquistar aumento real, não serão concedidos - sustentou, no final da tarde desta segunda (19), o secretário-executivo do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), Enoc Guimarães.

Pressão para liberar a via e espera
Aos poucos, crescia o número de passageiros não só à espera de ônibus para seguir seus destinos. Os usuários também buscavam esclarecimentos sobre as razões da mobilização. E, embora de maneira geral entendessem como legítimas as cobranças dos trabalhadores, muitos apostavam que o manifesto seria pouco efetivo.

Era o caso da cozinheira Arlete Fonseca, 54.: "Entendo que o motivo seja justo, mas acho que eles têm que cobrar direto no foco de quem pode atendê-los: o Consórcio, a prefeitura", afirma. E explica por que: "Assim gera transtorno para o povo, que não tá tão esclarecido, a ponto de apoiá-los num protesto".

Às 16h20min, a Guarda Municipal e os agentes de trânsito estiveram no Terminal. Após rápido diálogo, o veículo do Sindicato dos Rodoviários que permanecia posicionado no meio da rua, em frente aos ônibus, mudou de local. Na prática, não fez qualquer diferença. O carro deixou de obstruir a via, como solicitaram os servidores da prefeitura, mas a manifestação seguiu adiante. Só ás 17h, os ônibus voltaram a receber passageiros e circular pelas ruas de Pelotas.

Confira alguns pontos 
* Iluminação do Terminal
- O que dizem os rodoviários: A iluminação é precária e afeta diretamente as condições de segurança para permanecer no local.
- A posição da prefeitura: Cinco postes com lâmpadas de led já foram instalados. Em breve, os investimentos serão estendidos até a área do fundo - garante o secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al-Alam. A colocação de quatro câmeras, na semana passada, também foi destacada pelo secretário. Seria mais um quesito para aprimorar a sensação de segurança. A previsão é de que as imagens passem a ser espelhadas à Guarda Municipal (GM), para agilizar eventuais ações.

* Banheiros
- O que dizem os rodoviários: Vazamentos de urina e mau cheiro nos momentos em que o reservatório de resíduos é limpo são algumas das queixas dos trabalhadores.
- A palavra do Consórcio: O CTCP vem obtendo liberações da prefeitura para poder tirar do papel projeto que prevê a construção de um prédio de dois andares que atenderia às reivindicações da categoria. Como a área das imediações do Largo de Portugal possui bens tombados, é necessário obter aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Existem trâmites legais que precisam ser atendidos", argumenta o advogado Enoc Guimarães.
Os recursos para as melhorias estariam assegurados. O prédio contaria com banheiros para funcionários, refeitório e área de convivência.

* Intervalos
- O que dizem os rodoviários: A categoria sente-se sobrecarregada. A unificação de linhas provoca horários justos e, não raro, os trabalhadores encontram dificuldades até para ir ao banheiro.
- A explicação do Consórcio: O secretário-executivo do CTCP explica que desde o último acordo coletivo - sob os efeitos da nova Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) - os rodoviários não contam com o intervalo de uma hora que, tradicionalmente, era fracionado em vários pequenos períodos. Agora, com a nova versão da legislação, os trabalhadores passaram a contar com um único intervalo de meia hora. Daí o descontentamento - ressalta Enoc Guimarães.
O advogado argumenta que as situações mais críticas que, eventualmente, estejam ocorrendo - como consequência de alterações em linhas - devem ser apontados pela categoria para que o Consórcio verifique a possibilidade de ajustes.

 

 

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